Uma história real sobre a Guerra na Ucrânia

O meu nome é Olga Delgado, vou partilhar consigo uma história real que vivi sobre a Guerra na Ucrânia.

Olga Shevchuck, médica de profissão, está a combater em Kiev juntamente com o marido.
Os seus filhos Sasha de 8 e Maria de 11 anos foram levados para Lutsk, perto da Polónia, uma zona que pensavam os seus pais que seria mais segura, mas a 10 de março começou a ser bombardeada.

Perante esta situação, desesperada, Olga Shevchuck pede ajuda a Iryna, uma amiga sua que vive em Portugal, com quem estudou medicina, para que os seus filhos, possam vir para Portugal, para estarem em segurança, e ela possa voltar para Kiev, pois como médica não consegue deixar para trás mais de 500 feridos e doentes que precisam de si.

Iryna e eu nos conhecemos desde há muito tempo, mas há alguns anos que não nos víamos. Ela soube do projeto de ajuda à Ucrânia em que eu estava envolvida, através de uma notícia que passou na tv, e pediu-me ajuda.
Sem hesitar um minuto em ajudar, passei a noite a fazer telefonemas e a escrever e-mails para organizar a viagem das crianças. Tive a boa noticia de que a jornalista Sofia Garcia, da CMTV, vai chegar a Varsóvia no dia 15 de março, e oferece-se para os trazer no dia 16. 
Mas até esse dia, era preciso um lugar seguro para as crianças ficarem.

Guerra na Ucrânia
Guerra na Ucrânia

Felizmente tenho amigas com um grande espírito de ajuda, a Teresa é uma delas, voluntária da Pigmaleão que está a viver em Varsóvia, que atendeu ao meu pedido, e ofereceu de imediato a acolher as crianças na sua casa.
Só nos faltava resolver a documentação, mas nem em Kiev nem em Lutsk há nada para imprimir a documentação.

Dia 12 de março chega a Lutsk, junto dos filhos

Olga Shevchuck consegue chegar a Lutsk e reunir-se com as suas crianças.
Não pode haver nada mais duro do que separar-se dos filhos, mas o mais importante que tem para ensinar a eles “é humanidade, não há nada mais importante do que cuidar e ajudar quem mais precisa” explicou-me desde o comboio de Kiev a Lutsk. Não pode deixar tanta gente que precisa da sua ajuda em Kiev, mas tem muito medo de que algo aconteça ao mais precioso que tem, os seus filhos.

Quando pensamos que a situação já é demasiado difícil, a informação sobre a viagem de Maria e Sasha chega a pessoas que se metem no meio.
Entram em contato com a mãe e dizem que são amigos da Iryna e que vão levar os filhos para que não tenham que esperar tantos dias, e a mim, ligam e dizem que a mãe prefere mandar os filhos com outra pessoa.

Por sorte, falei com a mãe para tentar perceber o que realmente estava a acontecer. Podia ser uma tentativa de ficarem com as crianças, pelo qual denunciamos de imediato a situação às autoridades. Aos horrores da guerra junta-se a ameaça do tráfico de pessoas. No meio de tanta confusão e de comunicações a base do tradutor de Google pode haver mal-entendidos, mas também o aproveitamento desumano dos mais cruéis. Durante a guerra vemos o melhor e o pior da humanidade, a todos nós cabe fazer tudo para o melhor consiga vencer ao pior. A resposta deve ser rápida, mas todo cuidado é pouco.

Quero deixar um agradecimento muito especial, aos serviços do Alto Comissariado para as Migrações, foram incansáveis. Há pessoas a trabalhar dia e noite para ajudar pessoas como a Maria e o Sasha. Felicitar o trabalho excelente da Secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Claúdia Pereira e do Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, pelo seu profissionalismo, assim como a sua qualidade humana, e a sua rápida resposta neste cenário trágico.
Apesar de ser fim de semana conseguimos tratar de toda a documentação necessária, para que venham em segurança.

Dia 13 de março chegam os três à Polónia

Conseguiram atravessar a fronteira, e chegar à Varsóvia na Polónia. Neste momento estão em segurança em casa da minha amiga Teresa, onde a mãe aguarda que a jornalista Sofia Garcia chegue, para entregar os seus filhos amanhã, para que venham para Portugal e que ela possa voltar a combater o invasor em Kiev na Guerra da Ucrânia.

Neste momento já temos um colégio em Pinhal Novo que vão frequentar. As crianças iram viver em casa da Iryna, até poderem ter os seus pais de volta. Eu, a minha família, e os meus amigos também estamos à espera deles para dar todo o nosso apoio, cuidado e carinho, e poder contribuir a que esta fase das suas vidas, seja o menos traumática possível… não sabemos até quando.

Termino a agradecer a Sofia Garcia e à Iryna, que perante toda a situação que viveram e estão ainda a viver, ficaram como voluntárias da Associação Pigmaleão. Cada dia somos mais e juntos somos mais fortes.

Guerra na Ucrânia

O meu nome é Olga Delgado, sou Diretora da Associação Pigmaleão, uma Associação cujo objetivo é ajudar as crianças a ter um futuro melhor, e que está a ajudar as crianças que fogem da Guerra da Ucrânia.

A Pigmaleão precisa de mais voluntários e ajuda para dar todo o apoio que as crianças precisam.

Ajudar é mudar. Ajude-nos a ajudar

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